STF julga Bolsonaro por tentativa de golpe e rejeita pedidos da defesa

STF inicia julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

Nesta terça-feira, 25 de março de 2025, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento para decidir se o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus aliados se tornarão réus por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão, que começou pela manhã, foi suspensa no final da tarde e será retomada na quarta-feira às 9h30.

Acusações e defesa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que disseminou informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e planejou ações para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. Entre as alegações, estão planos para envenenar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e assassinar o ministro do STF Alexandre de Moraes. Bolsonaro nega todas as acusações, alegando perseguição política.

Decisões preliminares

Durante a sessão de hoje, os ministros analisaram e rejeitaram, por unanimidade, diversos pedidos das defesas dos acusados, incluindo:

• O afastamento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento.
• A anulação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
• A alegação de incompetência do STF e da Primeira Turma para julgar o caso.

Essas decisões foram vistas como derrotas significativas para as defesas dos acusados.

Próximos passos

Com a retomada do julgamento nesta quarta-feira, espera-se que os ministros decidam se aceitam ou não a denúncia apresentada pela PGR. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus e responderão a uma ação penal pelos crimes imputados. Se condenados, poderão enfrentar penas significativas de prisão.

Clima político

O julgamento ocorre em um contexto de intensa polarização política no Brasil. Aliados de Bolsonaro têm criticado o STF, classificando o julgamento como um "circo" e comparando-o a um "tribunal de Nuremberg". Enquanto isso, a presença de Bolsonaro no plenário da Primeira Turma do STF foi interpretada como uma tentativa de demonstrar resistência e mobilizar sua base de apoio.

A sociedade brasileira acompanha atentamente o desenrolar desse julgamento, que pode ter implicações profundas para o futuro político do país.